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Estudos de implantação

  • Carlos Correa
  • 30 de mai. de 2016
  • 3 min de leitura

A partir do estudo da área, entendemos que a compreensão do morar já existente e a apropriação deste morar em nossa proposição era extremamente essencial. A relação dos moradores com suas casas, e dessas casas com a rua (ainda que desqualificada, pequena e praticamente inacessível) e com seus pequenos jardins era de essencial manutenção.

Tendo em vista o ideal da manutenção da escala humana e evitar uma proposição radical de mais a essa população, além do plano diretor da região do Campeche e seu limite de gabarito de 3 pavimentos, escolhemos trabalhar com uma proposição de baixa altura, que fosse escalonada, alternando entre 2 e 3 pavimentos. Desta maneira, os pavimentos que não possuíssem contato direto com o solo ainda possuiriam uma área de estar ao ar livre e de plantio.

Devido aos poucos pavimentos, entendemos que não existe a necessidade de criarmos uma tipologia que seja constituída apenas de "apartamentos", mas que priorizasse tipologias que se assemelhem ás casas, com uma relação direta e individual com a rua, de maneira que a área mais próxima da residência seja tida como um quintal de casa uma das residências, mantendo as relações pré-existentes na comunidade.

A fim de aprimorar esse conceito, criamos uma unidade-exemplo que fosse constituída de três tipos de tipologia, sendo eles:

-"casas" térreas: unidades habitacionais de um pavimento que se relacionam diretamente com a rua, visadas para famílias e que procurem atender a idosos e pessoas com necessidades especiais.

-duplex térreo: ainda sendo compreendidos como uma unidade residencial de "casa", o duplex seria visto como uma casa de dois andares geminada, como muitas das unidades já existentes hoje na comunidade, que ainda que não planejadas para serem geminadas acabam por "unir-se" com as residências vizinhas

- apartamentos: unidades cujas tipologias sejam tidas como apartamentos qualificados, com grande área externa e cuja circulação vertical seja o mais prática e direta o possível. Esses apartamentos seria, em sua maioria, para atender jovens famílias, compostas por um indivíduo ou um casa, de maneira que começassem a sua jornada com uma pequena unidade expansível, a medida que fossem avançando na vida familiar.

Número de famílias existentes: aproximadamente 160

Número de famílias a serem atendidas: aproximadamente 200

As unidades foram estudadas para serem, em sua maioria, expansíveis, a fim de pensar previamente uma futura circulação e insolação para as expansões, sendo essas novas áreas possíveis de serem utilizadas como dormitórios, áreas comuns ou até mesmo áreas comerciais.

Com relação a forma/partido arquitetônico, buscamos reforçar a autonomia e singularidade de cada residência com uma fachada dinâmica, recortada, que evidencie cada uma das unidades. Dessa maneira melhoramos também o conforto térmico e de ventilação de cada uma das edificações, além de criar uma ambiência mais agradável e dinâmica ao pedestre.

Inicialmente, a implantação foi dada na forma de superquadras, que melhor definiriam os espaços abertos em públicos, semi-públicos ou privados. Em primeiro estudo, imaginamos a criação de áreas públicas de lazer, a partir da apropriação do atual desqualificado espaço de AVL (terreno em uso a direita na imagem abaixo) e devolução dele em espaços mais adequados e qualificados (um boulevard de lazer da via de maior fluxo até a região da praia, além de outro que se situasse na principal parada de ônibus da comunidade).

A implantação da construção seria realizada em etapas, sendo a primeira localizada na atual área de AVL, um terreno localizado a leste do terreno da comunidade Areias do Campeche que atualmente é composto de um grande gramado em más condições de manutenção.

Posteriormente, após a conclusão da primeira etapa, 50% das famílias seriam readequadas e se iniciaria a segunda parte da construção, na qual seriam realocadas as famílias restantes, e assim ainda existiria a terceira etapa de construção, para as novas famílias e a devolução da maior parte da AVL a oeste do terreno de intervenção.

Após o assessoramento, vimos a validade de nossas propostas e, a partir delas, buscaremos um estudo de ventos e movimentação de dunas a fim de encontrar uma implantação geral que se relacione melhor com a proximidade do mar deste terreno, visando criar uma moradia qualificada para essas pessoas ao longo de todo o período do ano, mesmo que sendo submetidas diretamente a ação do vento e das correntes das dunas.


 
 
 

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